quarta-feira, dezembro 20, 2006

Uno Four - When it's real it's forever.

Já faz um tempo que eu quero vir aqui escrever sobre o Uno Four. Preciso de palavras bonitas, aquelas que estão no dicionário apenas por vontade própria, mas que, na verdade, gostam de se exibir nas poesias dos Quintanas, dos Drummonds e das Clarices da vida.
Eu queria mesmo era meia dúzia delas. Assim, como se fosse pão, que se vendesse. Por mais que eu tente, as palavras bonitas e poéticas não vem, elas teimam em sobrevoar a minha cabeça e de lá mesmo sumirem no mundo, nas páginas de alguém, mas não nas minhas.
Eu só queria essas palavras pra poder escrever algo sobre o Uno Four. Um grupo de quatro amigos, e, porque não dizer - espiritamente falando- quatro almas? Ok, se preferem uma metáfora católica...o encontro de quatro irmãos em cristo, unidos por um ideal.
Tudo bem, sei que parece muito sério e todo o tipo de seriedade é desconhecido aos quatro, convenhamos...queria mesmo falar de nós quatro e as palavras, essas as quais procuro, não aparecem, teimam, riem de mim e fogem.
Queria ter o talento de um desses nomes a quem as palavras adoram. Parece que elas vinham fáceis e lépidas e pairavam ali, bem no papel dos poetas que teriam apenas a gratificante missão de eternizá-las...Daí, “Como é bom morrer de amor e continuar vivendo” e tantas outros aglomerados de letrinhas famosos até hoje...
Eu, que não sou Vinícius, também estou longe de ser Florbela. Queria falar dos meus amigos, então, na falta de melhores, vão essas mesmo.
Sinto tanta a falta de vocês, sinto falta dos encontros na cozinha, sinto falta dos insights e dos sorrisos. Sinto falta do bebe-recalca, e também dos outros neologismos criados por nós. Até do famigerado caderninho, eu sinto falta.
Eu sinto falta, e me pego pensando no porquê de tamanho buraco. Penso e repenso e vejo mesmo que é uma questão de encontro de almas. Por que é tudo tão interessante quando estamos juntos? Por que parece que estamos sempre aprendendo, sempre nos compreendendo melhor a cada conversa jogada fora. Jogada fora? Jogada é dentro!
Dentro de cada um de nós, a conversa entra, é digerida e nos transforma em pessoas melhores. Sim, porque eu mudei para melhor, e tenho certeza que vocês também.
Sinto falta do cheiro do café, da vodca e das coisas que não tem cheiro. Sinto falta da macarronada, sinto falta até das milhões de fotos que insistiam em tirar.
Eu sinto falta amigos, eu sinto falta do David, eu já sinto falta dele. Sinto falta do sorriso, da unicidade de uma criatura que, certamente, daqui de dentro do meu coração não sairá. Ele voltará falando mandarim, assim espero. Pode voltar falando árabe, pode voltar até mudo. Mas que volte. Hum, David mudo? Muito mais fácil voltar mudado, mudo não deve ter graça alguma!
Eu sinto falta de Marina, e sentirei muito mais, quando ela também for se aperfeiçoar no mandarim. Eu sinto falta por que ela é ela: querendo adjetivar posso correr o risco de limitar a sua pessoa, coisa que, com certeza, a senhora não é e nem deseja sê-lo. Não há definições, tampouco parâmetros pra medir o que você faz a mim, longe ou perto. Não há dimensões humanas possíveis que possam te colocar em palavras. Então, na falta delas – veja bem, nem as palavras normais e nem as poéticas, as que eu estava procurando, são cabíveis a você – Melhor é desistir.
Sinto falta de Cami, com seu jeito alegre e ao mesmo tempo preocupado, sinto falta do seu caderninho e de seu carinho. De suas preocupações e de seus feedbacks, sinto falta do seu discurso às vezes verborrágico, às vezes agressivo (lembro que ainda trabalho pra você). Sinto falta de você.
Eu sinto falta de Marina, de Camila e de David, eu sinto falta de vocês que já são partes de mim, eu sinto falta de mim com vocês e de vocês comigo. Sinto falta das risadas, sinto falta de nós quatro.
Não vejo outro destino a esse texto do que cair no estilo dramalhão. Não me importo. Vejam, eu queria usar de poesia, não conseguindo, saem só as palavras mais sinceras, menos polidas, mais brutas, mas não menos verdadeiras.
Palavras sem maquiagem, que expressem o que sinto com a falta de vocês, aqui, do meu canto, e vocês, seguindo o caminho de vocês.
Não me importo com o grau de esquizofrenia que esse texto possa sugerir. Eu me importo em apenas dizer, que sem vocês eu não sou eu, que admiro cada um de vocês, no jeito especial que cada um tem.
Agora que chego ao fim do texto, me apareceu um verbo poético, o verbo amar. Será que uso? Uso.
Uso sim, porque sinto. Sinto um imenso amor por cada criaturinha que me faz sentir tão bem só por saber que podemos ter um ao outro. É, eu amo vocês. E qualquer detalhe a mais nesse texto, pode transformá-lo em algo mais dramático.
Isso é apenas um texto de alguém que, não sendo poeta, inventou de colocar verdades numas linhas e começou a sublimar acerca do vazio que é a vida sem vocês. Longa vida ao Uno Four.
(Na verdade em nenhuma palavra e nem em um milhão delas cabem o que sinto por vocês).