terça-feira, junho 23, 2009

Que tal a sorte?


Que tal a sorte de encontrar o bilhete premiado que há muito se pensava perdido?
Que tal a sorte de achar uma agulha num palheiro, um pote de ouro no fim do arco-íris, uma nota de cinco reais quando sua poupança não passa de dois? Que tal a sorte?

Que tal a sorte de ganhar um concurso, de não precisar arrancar um dente, de não precisar de remédio? Que tal a sorte?

De ganhar dinheiro fazendo o que se ama, de viver sem nem um pouco de drama, de não se fartar de uma felicidade tranqüila, pacata? Que tal a sorte?

De cair e não machucar, de chorar sem dor sentir, de amar sem mais pensar, de viver como se vive quando a sonhar, de comer sem engordar, de ter uma ou duas estórias boas pra contar?Que tal a sorte?

De correr sem cansar, de cantar sem desafinar, de andar na chuva e não se molhar? Que tal a sorte de rimar sem se repetir, de chegar sem ter que partir ou de partir para não mais voltar?


Que tal a sorte de viver uma vida plena, de uns lindos olhos não cansar de olhar, de dormir e
acordar ao lado de seu sonho, de sonhar e não se assustar com o acordar?

Que tal a sorte de amar e se doar, de rir somente ao lhe olhar, de viver feliz sem se cansar? Ai, que tal a sorte de ter um companheiro, mas um daqueles bem arteiros, que faz graça em seu coração, e que se adoece a gente reza sem perdão, que é pra ver se a moléstia que lhe queima o corpo se afasta do amado, que este não deve ser é maculado?

Que tal a sorte de ter um companheiro, muito mais que namorado ou marido, um companheiro amor e amigo, porto e abrigo, para que se possa enfim ancorar?

Que tal a sorte de andar e ao cansar, que tal a sorte de, enfim, achar? Que tal a sorte de agora poder abraçar?