quarta-feira, outubro 25, 2006

Esquecendo bússolas




Depois da queda restam duas possibilidades: ficar caído lá no chão à espera de uma mão amiga que te erga, ou erguer-se por si mesmo, lenta, dolorosa mas, verdadeiramente. Depois da queda é mesmo levantar, erguer-se em cima dos joelhos, olhar para cima, porém, não esquecer de dar uma olhada para baixo, para aonde se estava caído há pouco.
Pode ser que demore um pouco, o certo é que a gente sempre levanta, sacode a poeira das roupas, dos solados e parte pra vida. Parte pra vida porque somos desejosos de ar (pelo menos a maioria de nós). É por sermos tão sedentos de ar que vamos em frente, saímos do chão frio e vamos em busca de novas direções. Interessante é seguir um novo percurso, desprovido de bússola. Esqueça o GPS e seja feliz, mude as rotas, e procure aproveitar os dias de sol, aproveitar os momentos alegres e ter a maturidade suficiente para sabe-los apenas momentos. Momentos que são, evanescem para se tornarem memória, pó do que foi um dia.
Como diz a sabedoria popular, não há bem que dure pra sempre, tampouco mal que nunca se vá, não sei literalmente, mas, a bem da verdade, o que quero dizer é que, momentos, tanto os bons quanto os péssimos, passam, necessário é ter paciência, pra ver o curso das marés mudar, pra acompanhar a lua mudar, pra enxergar o sol de todo dia nascer, todo dia, impreterivelmente, por que disso temos certeza, ele vai nascer.
Eu tenho andado ao leo, sem bússola, sob o sol, esperando o curso da vida mudar, e me interessando pelas surpresas que a vida ainda me reserva. É tudo o começo de algo que não sabemos no que vai dar, e daí a única certeza: o sol nasce todos os dias, a escolha é apenas sua: se jogar no chão e deixa-lo ir, ou erguer-se, levantar a cabeça e comtemplá-lo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom!!!
Muito bem escrito, Gostei Muito!!