sábado, outubro 25, 2008

Disse-me-disse


Eu sei que vão falar, quando meus pequenos olhos longe dos teus estiverem
E ainda assim neles houver um quê de olhos grandes que são tão teus, aí eu sei que vão falar.
Quando eu me encontrar sorrindo um sorriso próprio que brota da tua boca, aí eu sei que vão falar, porque ao povo que não sabe nem pode amar, o que resta é falar.
Eu também sei que quando a minha face começar a lembrar a tua, quando meu jeito de andar for quase o teu, aí eu sei que vão falar.
Se por acaso eu gargalhar como tu, se da minha boca sair umas coisas tão tuas a ponto de nos confundirmos num só, aí só vai restar ao povo falar.
Se acaso meu violão começar a tocar as notas tuas e os meus sonetos passarem a lembrar tanto os teus, aí, coitados deles, vão mesmo é falar. Eu sei que eu vou tentar com uma frase desdizer a boca de quem fala, mas, como quem desdiz só afirma o que foi dito, eu vou mesmo é calar.
Por isso, não se espante, quando eu começar a me parecer contigo, quando eu começar a rir o teu sorriso e a chorar as tuas lágrimas, porque eu sei que o que o povo vai fazer é falar.

2 comentários:

JRM disse...

Só perde pro futebol =s

Terapia & Vida disse...

É quando o falar alheio se faz mudo,diante de algo bem maior!
Muito bom!! :)